Thursday, March 27, 2008

A vida depois de ERASMUS

Olá a todos! Já lá vai um tempo desde que escrevi algo ao estilo dos bons velhos tempos em forma de diário, algo que não inclua textos filosóficos e vídeos melancólicos. Hoje vou dar-vos a conhecer o meu passado recente, o presente e um pouco do futuro.

Alguns podem pensar (ou talvez não) "como é a vida depois de ERASMUS?". A resposta provavelmente varia de pessoa para pessoa. A maioria volta para o seu país depois da sua experiência ERASMUS, outros tentam expandir as suas aventuras fora de portas ficando no seu país de acolhimento ERASMUS ou migrando para outras paisagens; alguns acabam as suas vidas académicas e começam as suas vidas profissionais, enquanto que mais uma vez a maioria continua o seu semestre seguinte como estudantes. Provavelmente nunca se ouve falar acerca de algumas pessoas que conhecemos, mas com a maioria dos amigos que fizemos, o contacto será diário, semanal, mensal, e por aí em diante.

Depois dos "espero ver-te em breves", grande parte dos ERASMUS marcam encontros um pouco por toda a Europa e mundo. Depois de algum tempo "na vida real", é possível ver como cada um se comporta fora daquele mundo único de ERASMUS, alguns como esperado, outros não tanto. Alguns de nós rapidamente seguem em frente após ERASMUS e guardam este período como uma memória distante que não faz parte das suas vidas presentes, enquanto outros sentem a sua falta diariamente sonhando que o tempo voltasse atrás até àquele dia em que se enfiaram num avião que os levaria à sua experiência mais inesquecível que os mudaria para sempre. Relembram-se esses dias, fazem-se brindes em memória desses e dos tempos actuais, falam-se acerca das novidades e conhecem-se as cidades e as casas dos nossos amigos. Conhecem-se os seus pais, amigos, a sua vida nos seus países. Tudo volta atrás no tempo, num cenário diferente, mesmo que só por um ou alguns escassos dias.

A vida continua, não para um, mas para todos. De maneiras diferentes, claro. Que aconteceu depois de ERASMUS? Seleccionem uma história e escolham o vosso destino. A Alice, o Luca Merolla (Liuke!) e a Agnieszka continuaram na Dinamarca, na Vitus Bering, agora mais integrados na vida académica Dinamarquesa que na vida ERASMUS propriamente dita; a aventura continua, mas de maneira diferente. O Friedl foi para a Irlanda, onde trabalhou durante alguns meses, estando agora de volta à Alemanha onde pretende trabalhar, assim como o Armin que arranjou uma nova casa e o seu primeiro emprego. O Luca Piccolo, a Meri, o Roman, os dois Micheles (o Michele "branco" ficou gravemente ferido durante uma visita a Horsens pós-ERASMUS, mas felizmente está recuperado), o Andrea, o Manel, a Patri, o Nacho, a Laura, o David (espanhol), a Aleksandra, a Chiara, a Zosia, o Marco, o Alberto, o Eneko, o Mitja, a Michalina voltaram para os seus países para acabar os seus cursos ("aqui é bom, mas não é a mesma coisa" - a maior parte deles dizem). A Marta Dorosz (Martusiu) e a Milena foram para França, para dar seguimento à sua vida académica em estilo, mas estão de volta à Polónia, com mais estudos para completar. O Sebastien está de volta a França, arranjou um emprego, continua a dar-lhe, embora a sua namorada tenha ido um semestre para o Canadá e o tenha obrigado a ir visitar o país e os EUA! A Rute e a Marisa voltaram para Portugal. O Pierre está no País de Gales a continuar os seus estudos (o tecto da sua casa na Martinica foi pelos ares com uma tempestade), mas infelizmente o tempo lá não é grande coisa e não dá para sentir o espírito ERASMUS. A Ania arranjou um emprego em Espanha mas após algumas semanas decidiu voltar para a Polónia. A Viktoria voltou para a Hungria. O Jerome arranjou emprego na Arábia Saudita. O Thomas e o Stefan estão de volta à Alemanha. A Sandra arranjou trabalho no seu país, a Eslovénia. A Myrto na Grécia, embora tenha bastantes saudades de Horsens. O George voltou para a Austrália, para onde os meus amigos Dinamarqueses Søren, Nicolai e Jonas pensam ir como estudantes de intercâmbio. O Marcos Hurtado - El Niño Melon - está empregado em Espanha, enquanto a sua namorada Helena continua na Polónia; visitam-se todos os meses, a solução temporária por enquanto. O Manuel e a Agne infelizmente não ficaram juntos, e o "tio" foi para os EUA, também para uma espécie de ERASMUS parte II, embora tenha ficado com saudades de Espanha (tal como qualquer espanhol) e tenha voltado para o seu país alguns meses depois. O Miquel e a Marta Zdrodowska vivem agora em Valência, onde ambos têm emprego. A Elena fez as malas de Itália e foi viver com o Ivan, que arranjou uma posição como vendedor internacional, permitindo-lhe viajar pelo mundo; arranjaram um belo apartamento em Valência onde vivem juntos. O David (húngaro) foi para França onde ficou com a Camille durante alguns meses enquanto procurava um emprego no país; infelizmente não foi bem sucedido e teve de voltar para a Hungria; melhores dias virão. O Fernando está de volta a Espanha, ainda com a Vica, que esteve em Horsens, mas continua noutro país. A Katalyn e o Uldis estavam também juntos há algumas semanas atrás. Pelo que sei, o Matthieu e a Julie voltaram para França, embora não o possa confirmar. Os Vitus Vikings, com novas caras, continuam a chutar umas bolas.

Eu? Arranjei uma namorada linda durante ERASMUS e passei um óptimo semestre com ela e com a minha família em Portugal. A Karolina veio para Aveiro como estudante "free mover" (semelhante a ERASMUS, mas por conta própria) para frequentar um semestre na UA, após o nosso ano na Dinamarca. Uma vez que Aveiro ainda fica a uma certa distância, só nos víamos aos fins-de-semana e esporadicamente durante a semana. Estive, até à última semana, em estágio numa empresa de desenvolvimento de software no Porto e, depois de apresentar o meu trabalho em meados de Abril na minha universidade, terminarei o meu Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação. A Karolina voltou para a Polónia para terminar os seus estudos e eu estou numa espécie de férias. Algumas semanas na Polónia estão confirmadas. Uma visita a Horsens, para reviver os bons tempos, está igualmente planeada. O que se segue? O tempo dirá. Entretanto, festas ERASMUS locais, vida ERASMUS local. Cada um o vive de forma diferente, cada um o desfruta igualmente de modo diferente, cada um teve o melhor ERASMUS possível. Eu certamente tive.

O ERASMUS mudou-nos a todos. É indiscutível. Alguns mais, outros menos. Sinto bastantes saudades desses tempos. Todos os pequenos pormenores. Os diferentes lugares, as festas, os amigos, as aulas, os cheiros, os jantares, a liberdade, a responsabilidade, ir às 7h da manhã para o trabalho enquanto nevava e voltar às 17h e ter os meus amigos à espera. Tudo. A vida continua, as pessoas dizem. Continua, com certeza...

Porto

Voltei para a minha cidade, minha casa, minha família, após o meu último dia em Horsens. Seria um semestre diferente de todos os outros. Estava de volta ao Porto não para estudar, mas para trabalhar, das 9h às 18h todos os dias, mas também com a Karolina por perto. A vida era diferente, de facto, e não particularmente fácil. Durante este tempo tive quatro encontros com amigos que fiz na Dinamarca. O primeiro em Novembro, quando o Roman, a Milena, a Martusiu e a Zosia vieram visitar-me e à Karolina. Nunca tinha tido quatro raparigas polacas a dormirem em minha casa, nem tanta gente internacional por estas andanças. Aveiro e Porto, foi o que estas meninas e menino ficaram a conhecer de Portugal durante a sua estadia de aproximadamente cinco dias. Espero que tenham gostado, pois tenciono recebê-los por cá novamente.

Bristol

Próxima paragem: cidade da chuva? Da primeira vez que lá estive, sem dúvida, e a segunda não foi excepção. Bristol foi excelente. Visita ao "mate" Flip, que está a viver nesta cidade inglesa, acompanhado pela Karolina e Friedl. Fui apresentado à minha nova paixão: sushi, finalmente. Continua a ser interessante verificar que as meninas inglesas, mesmo num dia de Outono frio e deveras ventoso, continuam a sair à noite de mini-saia/trapo a cobrir as ancas, de modo a que possíveis candidatos as possam aquecer numa fase posterior da noite, depois de uns copos bem tomados. Foi também a primeira vez que eu e o Friedl bebemos Guinness num copo de plástico...

Valência

Ainda em Novembro, este foi o encontro com mais gente. Espanhóis, italianos, polacos, um francês e um português (quem será?), todos reunidos à volta de duas mesas, cada uma com uma máquina de tirar finos self service. "Marabilha". Esta é a imagem que quero recordar deste encontro e aquela à que me vou agarrar. Os abraços, os sorrisos, os brindes e a satisfação em geral de estarmos reunidos em grupo após alguns meses separados daquele mundo que todos deixámos.

Paris

Ano Novo na cidade mais romântica do mundo, lá se diz. A comer "les crepes" e visitando os lugares que todos ouvimos falar. Um novo ano, novamente celebrado internacionalmente, numa cidade europeia, paixão incorporada.

É tudo por agora. Se tiverem planos de viagem, contactem-me.
Mantenho-vos actualizados com as últimas notícias.

Beijinhos e abraços de Portugal.


Life after ERASMUS

Hi everyone! It's been a while since I wrote something old-times-diary style, other than posting philosophical texts and melancholic videos. Today I'll let you know about my recent past, the present and a bit about the future.

Many might wonder (or not) "how's life after ERASMUS?". The answer surely would vary from person to person. The majority of people return to their home country after their ERASMUS experience, some others try to extend their out of borders adventure by staying in their ERASMUS country or moving into different landscapes; some finish their academic life and start their professional life, while once again the majority continues their following semester as students. You will probably never hear for the years to come about some of the people you met, but you will probably keep in touch with the majority of friends you made, everyday, weekly, monthly, and so on.

After the "hope to see you soon's", most of the ERASMUS meet randomly across Europe or the rest of the world. After some time "in the real life", you are able to see how people behave outside of the unique world of ERASMUS, some doing it as expected, others not quite so much. Some people quickly move on after ERASMUS and keep it as a distant memory which is not part of their present life, other miss it every single day wishing time would go back to that day, the single day when they got into that plane that would take them to the most amazing months they were about to experience and would change them forever. You remember old days, you make toasts in memory of those and the present times, you talk about what's going on and you see how your friends' cities and houses look like. You might meet their parents, their friends, their homeland life. Everything comes back in time, in a different scenario, even if for just one or a few days.

Life goes on, not for one, but for everyone. In different ways, that is. What happened after ERASMUS? Just pick a story and choose your destiny. Alice, Luca Merolla (Liuke!) and Agnieszka stayed in Denmark, in Vitus Bering, now more integrated in the Danish student life than in the ERASMUS life itself; still having the fun, but in a different way. Friedl went to Ireland, where he worked for some months, being now back in Germany where he intends to work, just like Armin which got a new house and his first job. Luca Piccolo, Meri, Roman, both Micheles (the "white" Michele had a serious injury during a visit to Horsens after ERASMUS, but fortunately he is now recovered - "ciao Bello!"), Andrea, Manel, Patri, Nacho, Laura, David (the Spanish one), Aleksandra, Chiara, Zosia, Marco, Alberto, Eneko, Mitja, Michalina went back to their home countries to finish their courses ("It's nice here, but it's not the same" - most of them say). Marta Dorosz (Martusiu) and Milena went to France, to proceed their academic life in style, but they are back in Poland now, more studying to do. Sebastien is back in France, got a job, still rocking, although his girlfriend went to Canada and made him visit this country and USA! Rute and Marisa are back in Portugal. Pierre is also continuing his student life in Wales (the roof of his house in Martinique flew over the Caribbean Sea after a storm), but unfortunately the weather is not so good and you can't really feel the ERASMUS spirit there. Ania found a job in Spain but decided to move back to her home country, Poland. Viktoria went back to Hungary. Jerome found a job in Saudi Arabia. Thomas and Stefan are back in Germany. Sandra got a job in Slovenia. Myrto in Greece, although she misses Horsens quite much. George went back to Australia, to where the Danish Søren, Nicolai and Jonas are thinking of going to study abroad. Marcos Hurtado - El Niño Melon - also got a job in Spain, while his girlfriend Helena is in Poland; they visit each other every month, the temporary solution for now. Manuel and Agne unfortunately didn't stay together, and the crazy tio went to the USA, also for some kind of ERASMUS part II, although he missed Spain (as any other Spanish) and came back home some months after. Miquel and Marta Zdrodowska moved to Valencia and both got a job. Elena packed her things from Italy and moved together with Ivan, who got a job as an international seller allowing him to travel the world; they got a nice flat in Valencia as well where they are living together. David (the one that licks the toad!) moved to France where he stayed with Camille for a few months while hoping to find a job there; unfortunately he was not successful and he had to come back to Hungary; better times will come, guys! Fernando is back in Spain, still together with Vica, who was in Horsens, but still in another country. Katalyn and Uldis were still together a few weeks ago. As far as I know, Matthieu and Julie went back to France, although I can't confirm it. The Vitus Vikings, with new faces, are still kicking some balls.

Me? Well, I got a beautiful girlfriend during ERASMUS and had a great semester with her and my family in Portugal. Karolina came as a free mover student to Aveiro, Portugal to spend the previous semester, the first one after our year in Denmark. Since Aveiro is located 70km from Porto, we could only see each other on weekends and sometimes during the week. I was, until last week, doing an internship in a software development company in Porto, and after presenting my work in April at my university, I will finish my Master degree in Informatics and Computing Engineering. Karolina is now back in Poland to finish her course and I am taking some kind of vacations. Some weeks in Poland are confirmed for now. A visit to Horsens, to relive old times, is also planned. What's next? Time will tell. Meanwhile, local ERASMUS parties, local ERASMUS life. Each live it differently, each enjoy it differently, each experienced the best ERASMUS they could have. I certainly did.

ERASMUS changed all of us. It's undeniable. Some more, some less. I do miss my ERASMUS times quite much. Every single thing about it. The places, the parties, the friends, the classes, the smells, the dinners, the freedom, the responsibility, going to work at 7h in morning while snowing and arriving home at 17h and having my friends there. Everything. Life goes on, people say. It goes, indeed...

Porto

I came back to my city, my house, my family, after my last day in Horsens. It would be a different semester than any other. I was back in Porto not to study, but to work, 9h-18h every working day, fortunately with Karolina next to me. Life was different, indeed, and not particularly easy. During this time I had four meetings with friends I met in Denmark. The first in November, when Roman, Milena, Martusiu and Zosia came to visit me and Karolina. Never I had four Polish girls sleeping at my house or so many people from another country here. Aveiro and Porto, that's what these three girls and one boy got to know from Portugal during their approx. five days stay. I hope you liked it, because I want to have you here again!

Bristol

Next stop: the city of rain? Well, the first time I was there it was and the second time was no exception. Bristol was great. Visiting my ol' friend Flip, who is living in this UK city and accompanied by Karolina and Friedl. I was introduced to my new love: sushi, at last. It is still good to notice that even in Autumn, in a friggin' cold day, with wind and rain the English girls like to go out in mini skirt/cloth, so that possible candidates can warm them properly at a later stage of the night, after a considerable amount of alcohol. It was also the first time me and Friedl drunk Guinness from a plastic cup... Grant!

Valencia

Still in November, this was the meeting with the most people. Spanish, Italian, Polish, a Franxute and a Portuguese (guess who?), everyone gathered around two tables, each with a self service beer machine. This is the picture I remember and the one I definitely want to keep. The hugs, the hurrays, the toasts and the overall joy of being reunited as a group after some months apart from the world we had all left.

Paris

New Year's at the most romantic city of the world, they say. Eating "les crepes" and visiting the places we always have heard about. A new year, once again celebrated internationally, in an European city, love incorporated.

That's all for now. Any travel plans, message me.
I will keep you posted with the latest news.

Love from Portugal.

Monday, March 24, 2008

Aquando de uma sessão de apresentação dos vários programas de mobilidade internacional para estudantes universitários, ficou-me na memória uma frase que um estudante proferiu: "ERASMUS devia ser obrigatório". Há dois anos atrás, poucos meses antes do maior desafio e melhor experiência da minha vida, via o programa de mobilidade ERASMUS como algo que não era para todos e que, possivelmente, não o seria também para mim. Talvez os ERASMUS fossem estudantes diferentes, com gostos, valores e atitudes diferentes, e talvez eu não estivesse incluído nesse grupo. Talvez isso fosse e seja ainda verdade, talvez não. Talvez, simplesmente, esses estudantes tenham tomado uma decisão que outros tiveram medo de tomar ou adiaram constantemente, ou talvez sejam mesmo diferentes duma significativa percentagem de universitários a que o programa ERASMUS pouco lhes diz. Dois anos depois de ter presenciado essa sessão e de ter tomado umas das decisões mais acertadas até hoje - candidatar-me ao programa ERASMUS -, tenho a perfeita noção e o orgulho de poder dizer "sim, o ERASMUS foi mesmo para mim", e de ter presente que, de todas as minhas experiências, esta foi, sem dúvida, a que mais me marcou e mais me fez crescer a todos os níveis.

ERASMUS é acima de tudo uma experiência de vida, um percurso que vamos construindo por nós mesmos, com a realização de o ver evoluir a cada dia que passa. Viver num país diferente, numa casa diferente, com pessoas diferentes, com amigos diferentes, a falar uma língua diferente, numa escola diferente, com um tempo diferente, comida diferente, horários diferentes, hábitos diferentes e, acima de tudo, num estilo de vida completamente diferente, faz-nos aprender, faz-nos crescer e muda-nos. Tudo aquilo que damos como certo e trivial no nosso dia-a-dia facilmente se altera, e somos obrigados a adaptar-nos, a evoluir e a ter uma percepção diferente do que nos rodeia.

As vantagens de um programa de mobilidade são inúmeras. Tudo o que é vivido em ERASMUS reflectir-se-á na nossa vida, a nível pessoal e a nível interpessoal, a nível doméstico e a nível empresarial. A descoberta, a integração, as diferentes culturas, as amizades, as experiências, a independência, a superação de obstáculos, contribuem de uma maneira única para o crescimento pessoal e para o modo de ver o mundo. Em ERASMUS criam-se relações com pessoas de outros países que jamais se criariam noutros contextos. Desde logo, é-se obrigado a falar uma língua estrangeira - em grande parte dos casos, o Inglês - diariamente, durante seis meses ou um ano, solidificando de uma maneira prática aquilo que se foi aprendendo desde os primeiros tempos de escola. Aprendemos novos valores ao interagir no dia-a-dia com novas culturas, o que nos dá desde logo uma maior abertura social e facilidade em cooperar com pessoas dos mais variados países ou culturas, sabendo em antemão como lidar com indivíduos com ideais tão variados. Realizando projectos ou trabalhos em grupo com estudantes de diferentes países - ou até mesmo, adicionando a realização de um estágio curricular no estrangeiro -, obriga os estudantes a colocar em prática os seus conhecimentos e qualidades, complementando os seu percurso no que diz respeito à integração e experiência internacional, dando-lhes desde logo uma preparação adicional que outros alunos universitários não possuem.

O mundo que vivemos é cada vez mais global, sendo as relações sócio-culturais essenciais, para a unificação das pessoas que nele habitam e para a criação de laços que podem ser de extrema importância nos mais variados contextos. O facto de estarmos sozinhos num país diferente e a vivermos à nossa conta, superando os nossos próprios obstáculos e vivendo as aparentes dificuldades do dia-a-dia - que se vão transformando em aspectos triviais - faz-nos pessoas mais autónomas, mais proactivas, mais dinâmicas e com um maior sentido de responsabilidade. As relações criadas durante um período de estudos como este são fundamentais para quem deseja ser um cidadão da Europa ou do mundo, através da grande variedade de contactos criados, com amizades que ultrapassam fronteiras e nos tornam universais.

Todas estas vivências, em tão curto espaço de tempo, irão elucidar-nos daquilo que é importante na nossa vida, a nível pessoal e a nível profissional. São experiências que jamais esqueceremos e que nos enriquecem como nada mais o pode fazer.

Após um semestre no programa ERASMUS e os restantes seis meses a realizar estágio curricular numa empresa multinacional em Horsens, Dinamarca, o meu último dia neste país irá ficar guardado na minha memória por muito mais tempo, com um sentimento morno que me acompanha em cada dia que passa e me diz "Fiz ERASMUS, adorei e jamais esquecerei". É uma experiência absolutamente inesquecível, unicamente enriquecedora, e todos deviam vivê-la.


During a presentation session at my university of the various international exchange programs for university students, a particular sentence stayed in my memory: "ERASMUS should be obligatory". Two years ago, a few months before the biggest challenge and best experience of my life, I used to see the ERASMUS programme as something that might not fit everybody and, possibly, might not fit me. Maybe the ERASMUS were different students, with different values and attitudes, and maybe I was not included in this group. Maybe ERASMUS students are indeed different, maybe not. Maybe such students just made a decision that others were afraid to make or that delayed constantly, or maybe they stand out from all those students who don't really relate to the ERASMUS programme. Two years after I was at this session and after having taken one of the most right decisions so far - to apply for ERASMUS - I am proud of being able to say "yes, ERASMUS really fitted me" and knowing that this was, out of all the experiences I had, the one that touched me the deepest and with which I grew the most at every level.

ERASMUS is above everything a life experience, a path one builds by himself, with the feeling of seeing it growing each day that goes by. Living in a different country, in a different house, with different people, with different friends, speaking in a different language, in a different school and, mainly, in a totally different lifestyle, makes such students learn, grow up and change. Everything we are used to have as certain in everyday life easily changes and makes us adapt, evolve and have a different perception of what surrounds us.

The advantages of a mobility program are countless. Everything that is lived in ERASMUS will reflect itself later in one's life, in a personal and interpersonal level, in a domestic and career level. The discovery, the integration, the different cultures, the friendships, the experiences, the independence, the barriers surpassing, contribute in a unique way for the personal growing and the way of seeing the world. In ERASMUS relations are created with people from other countries unlike in any other context. Soon we are obliged to speak a foreign language - in most of the cases, English - daily, during six months or one year, solidificating in a pratical way what we learned since the early school days. We learn new values interacting everyday with new cultures, giving us a bigger social openness and making it easier to cooperate with persons from the various countries or cultures, knowing in forehand how to interact with individuals with such different ideals. Making projects or works in a group with students from different countries - or even adding an internship out of borders - makes students put into practice their knowledge and skills, complementing their path regarding the integration and international experience, giving them an additional preparation other university students do not have.

The world we live in is more global everyday that goes by, where the social cultural relations are essential for the unification of its people and the creation of bonds that might be of extreme importance in the most varied contexts. The fact one is alone in a different country and lives by his own, breaking his own barriers and living the apparent every day's difficulties - which sooner or later become trivial aspects - makes him more autonomous, more proactive, more dynamic and with a higher sense of responsibility. The relations that are created during such period of studies are fundamental to everyone who intends to be a citizen of Europe or the world, through the big variety of contacts that are created, with friendships that go beyond borders and make us universal beings.

All these experiences, in such a short amount of time, will elucidate us of what is important in our lives, both personally and professionally, enriching us in a way nothing else can do.

After a semester in the ERASMUS programme and the remaining six months in an internship at a multinational company in Horsens, Denmark, my last day in this country will stay in my memory for a long time, with a warm feeling that follows me each day and tells me "I did ERASMUS, I loved it and I will never forget it". It is an absolutely unforgettable experience, uniquely enriching, and everyone should live it.